Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Aquela esquina das Belas Artes...


Esta é a que eu chamo "a esquina mais desenhável do mundo". Tem tudo, movimento, ícones de Lisboa, vista fantástica e um largo meio bucólico no meio da confusão da cidade. Cores, texturas, sons... Um dos sítios que se devia desenhar todas as semanas e mesmo assim, os resultados seriam sempre diferentes. Fica aqui um momento de sorte, em que nos 8 minutos que demorei nas linhas passaram por mim, dois electricos... No meu desenho ficaram  no mesmo intervalo de tempo ;)

Em cada porta um sketcher

Grande concentração de sketchers, na Vila Dias.
Muitos desenharam do mesmo ponto de vista e agora é engraçado ver interpretações tão diferentes. É esta a riqueza dos Encontros USkP.

Lisboa

 Depois dos exercícios só com azul Cyan, devíamos adicionar magenta ou amarelo Alfabeto Lisboeta


Porto Santo, um segredo bem guardado

É engraçado publicar agora, com o frio a chegar finalmente, desenhos que andam no meu caderno desde o verão. São desenhos de Porto Santo, a começar pela sua capital, a bela Vila Baleira com a sua igreja matriz preparada para a festa da padroeira.


Foi no fim de Agosto que passei estes dias em Porto Santo, uma ilha fabulosa onde a tranquilidade impera sobre todos os outros estados de espírito. A calma sente-se no e na água quente do oceano Atlântico. No horizonte, os picos vulcânicos lembram-nos a origem da ilha como um eco distante de outros tempos...


Contou-nos quem sabe que havia um grande recife de coral na parte norte da ilha. No período glaciar, a descida do nível do mar deixou esse recife a descoberto e a força dos elementos transformou-o em areia branca e muito fina, que o próprio vento se encarregou de depositar do outro lado da ilha. É assim que Porto Santo, apesar da sua origem vulcânica, tem um longo areal, pronto para caminhar de um extremo ao outro da ilha...

Lisboa Oriental




HOJE FOI DIA DE TESTE


XABREGAS




Partilho da opinião geral: um encontro breve mas muito bom. Aqui fica a minha participação: Vila Dias, junto ao mercado, no exterior do Tribo da Terra e, finalmente, no interior para os últimos retoques, dois dedos de conversa e um copinho de qualquer coisa.

Lisboa Oriental

Saí do Encontro com a sensação de “não ter corrido como queria”. Mas, afinal, a ver pelos desenhos, foi excelente. E ainda não vimos todos. Por causa do meu “tom autoritário” (sic Nelson) também não desenhei como queria. São registos ainda mais rápidos que o costume. Tenho que ir lá outra vez. 

No seguimento deste encontro há o projecto de uma exposição itinerante por vários locais da Freguesia do Beato. Assim, agradecíamos que enviassem os desenhos, feitos no Encontro ou noutro dia, até ao fim do ano (2015) em 300 dpis, para o meu email (eduardosalavisa@gmail.com). Vejam aqui o mapa da zona a desenhar.



Árvores do Jardim Botanico





Uma olaia e um limoeiro, a grafite ...e com alguma cor...

Atelier Vieira da Silva





Workshop com o João Catarino

Desafios onde o espaço negativo é sempre a presença, assim como o jogo do claro/escuro.

Desafios que nos obrigam a ver melhor e a compreender o espaço envolvente.

Convento do Carmo



Nunca acreditei muito em estilos próprios, técnicas exclusivas ou noutras formas de cingir a liberdade criativa do desenho. Até o mesmo objectivo, visto do mesmo local, na mesma posição pode ser desenhado de formas diferentes, sem falar nos materiais. Adoro fugir à rotina e a  parâmetros impostos, porque parece cortar a respiração e o saber.
Aqui ficam três desenhos, referentes ao Convento do Carmo, feitos em menos de 10 minutos cada e com 3 técnicas diferentes - sanguínea e aguarela, manchas de aguarela aplicadas primeiro, seguido de tinta da china e aguarela aplicada sobre caneta aguarelável.

Almoço na Quinta dos Açores

A Quinta dos Açores é um espaço relativamente novo. Insere-se no campo de golfe da Levada e é contíguo ao parque urbano de Ponta Delgada. É um sitio simpático e onde se pode comer bem além disso, tem uma vista larga e desafogada. Nos dias de sol é mesmo apetecível.

(Caneta caligráfica EF, marcadores Posca e windsor & Newton)                                                                                                     | «in situ» |

O primeiro dia do "Clube Royale"

dito pelos próprios é "Um clube cultural, recreativo e alternativo. Um buffet de artistas, oficinas, doces e delícias, música, beberetes, tertúlias e marotices." E fica na Rua do Poço dos Negros.

Vila Dias


A Vila Dias foi criada em 1888, na freguesia do Beato, para albergar os operários das fábricas da zona. Ontem foi invadida (pacificamente) por um bando de desenhadores, no qual me incluo eu!
O que saltava logo à vista eram as parabólicas e a roupa a secar nos estendais, provavelmente por ser domingo, dia da faxina. Só nesta rua onde fiz o primeiro desenho contei à volta de 50 parabólicas, e parece que a MEO está em grande aqui por este bairro.
O segundo desenho foi feito no Beco dos Toucinheiros, que dá acesso a este conjunto de casas, que pelo que li actualmente serão cerca de 180.

Gostei muito deste encontro, e como tal, soube-me a pouco!






Vila Dias, Xabregas

Hoje a  Vila Dias foi invadida pelos UskP, o que gerou grandes curiosidades. 
O que estávamos ali a fazer?   
Ai menina, bonito é que isto não é! Já foi, já...
 Que dantes havia muita amizade,  que eram todos muito chegados, que agora não há nada disso. 
E das mantas, gosta? É a minha mãe que faz com restinhos de lã. E tem muitas para vender. Em querendo, vem cá de semana e vê com calma. 
Mas se quiser desenhar e tirar o modelo, a menina está à vontade...


domingo, 29 de novembro de 2015

Encontro USKP em Lisboa Oriental




Vila Dias, em Xabregas. A senhora do estendal pirou-se antes de acabar de a desenhar. Estive a desenhar acompanhado com o pessoal do bairro que 
é muito boa onda.


Frente ao mercado (desactivado) de Xabregas. O tipo do banco apanhou o autocarro antes de eu sequer o ter começado a desenhar, pareceu-me à primeira vista um sem abrigo mas pelos vistos. não. O local é francamente depressivo.

Desenhos natalícios

Hoje participei num workshop de "Sketch e Aguarela"na Fundação Marques de Pombal.
Foi um dia fantástico, cheio de sol! 
Apeteceu-me desenhar devagar e saborear o momento.
Escolhi este "modelo" que posou para mim pacientemente. Um símbolo do início desta época natalícia.





Igreja de São Roque - Capela de S. João Baptista

No domingo passado, descobri a igreja de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa!
Ou antes, descobri no seu interior a Capela de São João Baptista. Porque não vi mais nada. Perdi-me naquela riqueza toda. Nas suas esculturas de mármore de Carrara, nos profusos detalhes dourados (bronze fundido, dourado por imersão em ouro derretido), nos revestimentos em pedra ametista e outras, nas impressionantes imagens dos seus retábulos coloridas através de minúsculos mosaicos de múltiplas cores e suas gradações.
Este concentrado artístico de valor incalculável trata-se de uma encomenda de D. João V, totalmente feita em Roma por artistas e artífices locais, onde foi montada e benzida pelo papa, para depois ser enviada para Portugal, em caixas com as diversas peças que, reunidas de novo, deram origem à capela.
Um detalhe engraçado: esta preciosidade ainda se mantém entre nós porque escapou ao saque durante as invasões francesas, devido à manobra engenhosa de terem construído umas paredes falsas na igreja que dissimulou a presença desta e outras capelas da igreja.

O monarca fez questão de assinalar a origem da capela através da presença repetida do escudo real, em locais diferentes da capela. Aliás, era tal o seu empenho na sua capela que exigiu ser mantido a par do que estava a ser feito em Roma através de desenhos que reproduziam o trabalho executado, autêntico "diário gráfico" da época.
Foram exactamente esses desenhos (e a sua contextualização) que estiveram em exposição no Museu de São Roque, anexo à Igreja, "de Roma para Lisboa -  um álbum para o rei magnânimo" conjunto de desenhos conhecido por Álbum de Weale.  (mais informações aqui)

Das 2 horas que durou o workshop da iniciativa da Misericórdia, pude desenhar a capela e, na área de exposições temporárias, o detalhe de um grande tocheiro que pertence à capela.
(como desenhei ao alto no caderno, juntei uns "zooms")





Beco dos Toucinheiros, a JF do Beato e um copo de cinco...

Tarde óptima de sol, no Encontro USKP na Lisboa Oriental. 
O primeiro desenho foi feito no Beco dos Toucinheiros, na Vila Dias, um lugar encantador de ruas estreitas e paredes pintadas de um vermelho rosa. Uma aldeia na cidade, povoada por carros estacionados, gente na rua e às janelas, muitos estendais e antenas parabólicas, talvez centenas delas. Estes são os desenhos que mais gosto de fazer, os que trazem dentro de si as estórias das gentes e dos lugares por onde andamos. Enquanto estive sentado naquela soleira de casa, ouvi acordes de guitarra que saiam por uma janela. A dona Sílvia estendia roupa num estendal encostado à parede da sua casa, a dona Alzira cumprimenta a sua vizinha, e, ao fundo, o senhor Marcelo Neves olha incrédulo esta invasão de gente de caderno na mão. Não fosse o tom autoritário do Eduardo a pontuar os horários, e tinha ficado ali a desenhar e a conversar até deixar de haver sombras no chão e nas paredes.
Regressei depois à Rua de Xabregas, sentei-me num banco de jardim em frente ao restaurante Tribo da Terra, e desenhei o edifício da Junta de Freguesia do Beato, com uma fachada de azulejos azuis esverdeados. 

Um pequeno grande encontro, talvez um dos meus favoritos. 




Encontro USKP em Lisboa Oriental

...na Vila Dias tanta parabó0lica...

...o mercado está desativado desde há alguns anos...
...repeti o desenho das esferas armilares...

Lisboa - O que turista deve ver

O que turista deve ver... é a exposição das maravilhosas ilustrações do Mário Linhares, que está no Museu dos Coches. Mas não só o turista. Todos!

O lançamento do livro foi um êxito, com uma afluência que terá superado todas as expectativas mais optimistas. E justificou-se: os desenhos do Mário para o livro de Fernando Pessoa "Lisboa - o que o turista deve ver" são lindos, e valeu mesmo a pena vê-los ao vivo, perceber as gradações das aguarelas nos originais, o enquadramento escolhido na folha, os detalhes das panorâmicas de Lisboa, ...

Fica o desenho da mesa da apresentação, com o Mário, a directora dos Museu dos Coches, Silvana Bessone, o editor da Centro Atlântico e o tradutor do texto original em inglês, Pedro Cotrim.

Ainda tive tempo de seguida de passar na exposição dos desenhos da Fernanda Lamelas, na Galeria Opus 14, relativos ao livro "Palácios e Casas Senhoriais de Portugal", de Diana de Cadaval.
Pena foi que o tempo, a dimensão do espaço e o pastel de bacalhau na mão não permitiram um desenho do evento.


Buenos Aires

















Mais desenhos aqui.